domingo, 10 de julho de 2011

Um carinho, um caminho.

 

Caminhando, sentindo o vento no rosto, olhos fechados, sonhador suspirando feito menino apaixonado tropeço, caio e me arranho. Levanto respiro, me limpo e continuo, não abro os olhos. Ainda a vontade de saber caminhar sem olhar onde estou. Outro tombo, bato a cabeça, machuco mais. Bate uma vontade de abrir os olhos.

caminhar

Não faço. Não abro e continuo assim, olhos cerrados.

E por que não abro os olhos? Porque não adianta, a gente cai e tropeça com olhos abertos ou fechados, porque nem sempre estamos olhando pra onde devemos ou pra onde precisamos, e sim apenas pra onde queremos. Insistimos em olhar lá na frente pensando em um futuro e esquecemos que ali logo a um palmo de distância há um obstáculo.

Para cada tropeço nao vejo um carinho, fico me atentando tanto aos machucados e nem vejo que estão me cuidando me amparando. Porque cego estou olhando longe, distante o foco se perdendo.

Paro! Percebo depois de muito tempo andando, caindo e correndo e tropeçando que estava o tempo inteiro indo na direção errada. O Caminho é esse que não tinha visto, tão óbvio que claro não percebi. Sempre mais interessante ver o difícil, tentar o mais improvável, parece mais interessante.

 distancia

Mas com toda distância, seja de mundos, de vidas ou quilômetros, já não importa mais. A entrega já aconteceu e eu só consigo agora ficar com os olhos bem abertos e fixos em você que é o que importa.

Sem me preocupar se vou calejar os meus pés, eu ainda estou caminhando, em sua direção agora sei que é você. Já sinto teu perfume vindo no vento e parece me acariciar, me acalmar.

Um Carinho, um caminho duas pessoas em direções opostas, uma ao norte e outra ao sul mas rumo a um único ponto. Nem eu e nem você, Nós.

 

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